No livro de Ester, vemos a grandiosa festa que o rei
Assuero fez para mostrar as riquezas da glória do seu reino e o esplendor da
sua excelente grandeza, por muitos dias, a saber: cento e oitenta dias.
Vejamos
o texto mesmo:
Ester 1:1-7
1- E sucedeu nos dias de Assuero, o Assuero que reinou
desde a Índia até Etiópia, sobre cento e vinte e sete províncias,
2- Que, assentando-se o rei Assuero no trono do seu reino,
que estava na fortaleza de Susã,
3- No terceiro ano do seu reinado fez um banquete a todos
os seus príncipes e seus servos, estando assim perante ele o poder da Pérsia e
Média e os nobres e príncipes das províncias,
4- Para mostrar as riquezas da glória do seu reino, e o
esplendor da sua excelente grandeza, por muitos dias, a saber: cento e oitenta
dias.
5- E, acabados aqueles dias, fez o rei um banquete a todo o
povo que se achava na fortaleza de Susã, desde o maior até ao menor, por sete
dias, no pátio do jardim do palácio real.
6- As tapeçarias eram de pano branco, verde, e azul
celeste, pendentes de cordões de linho fino e púrpura, e argolas de prata, e
colunas de mármore; os leitos de ouro e de prata, sobre um pavimento de mármore
vermelho, e azul, e branco e preto.
7- E dava-se de beber em copos de ouro, e os copos eram
diferentes uns dos outros; e havia muito vinho real, segundo a generosidade do
rei.
Que grandiosas coisas fazia o rei Assuero para engrandecer
o seu reinado, o seu poder, a sua força, a sua grandíssima capacidade, a grande
importância que ele tinha perante todos os seus príncipes, nobres e servos,
coisas realmente de se admirar e que enchem o ego humano.
Pois é justamente aí que eu queria chegar, o ego
humano.
Jesus Cristo é o Alfa e o Omega, o primeiro e o último,
pois não há ninguém mais exaltado do que Ele, nem tão humilde como Ele foi. Uma
das principais características de Cristo é Sua humildade e sendo servos de Deus
falando que estamos Nele, devemos andar como Ele andou, em humildade e mansidão
diante Dele e dos homens, para que a vida de Cristo se manifeste a cada
dia em nós.
“E nisto sabemos que o
conhecemos: se guardarmos os seus mandamentos. Aquele que diz: Eu conheço-o, e
não guarda os seus mandamentos, é mentiroso, e nele não está a verdade. Mas
qualquer que guarda a sua palavra, o amor de Deus está nele verdadeiramente
aperfeiçoado; nisto conhecemos que estamos nele. Aquele que diz que está nele,
também deve andar como ele andou”. 1
João 2:3-6
Agora você já parou pra pensar quantos dias de festa você
ainda faz para sua alma, para seu ego?
Isso é uma coisa muito perigosa e uma arma muito eficiente
do inimigo para nos derrubar. Quantos homens que estavam engajados na obra de
Deus sucumbiram pela elevação de suas almas em pequenas coisas, alguns se
apegaram tanto ao ministério que transformaram o serviço em exaltação própria,
outros prosperaram tanto, materialmente falando, que se tornaram cegos pensando
que a benção alcançada derivava de seus próprios méritos, outros acabaram se
engrandecendo pelos feitos do Senhor se enchendo de soberba desejando serem
chamados de homens de Deus para sua própria glória.
Fizeram grandes festas em si mesmos vangloriando-se do
“esplendor” da sua “excelente grandeza”.
Isso me faz lembrar um texto que está em 2ª Timóteo 3:1-5
que diz:
1- Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão
tempos trabalhosos.
2- Porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos,
presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos,
profanos,
3- Sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores,
incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons,
4- Traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos
deleites do que amigos de Deus,
5- Tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela.
Destes afasta-te.
Esse trecho fala sobre homens terríveis, dos quais
certamente conhecemos e de fato temos que nos afastar caso não se arrependam,
segundo o conselho de Paulo no último versículo. Porém infelizmente as
características desses homens podem ainda estar escondidas em nossos corações.
Por exemplo, quando não nos sacrificamos em prol da obra do
Senhor somos amantes de nós mesmos, quando damos valor em demasia ao dinheiro
também somos avarentos, quando confiamos nos nossos próprios braços somos
presunçosos, soberbos quando queremos prevalecer nossa razão, quando não
vivemos aquilo que falamos ou quando não falamos aquilo que devemos falar
blasfemamos, desobedientes a pais e mães também nas mínimas coisas, quando
reclamamos de algo somos ingratos, se não vigiarmos nos tornamos profanos,
quando não amamos nosso irmão e o nosso próximo perdemos o afeto natural,
quando não perdoamos somos irreconciliáveis, quando falamos mal de alguém somos
caluniadores, quando em nossa vida alguma coisa não há moderação somos
incontinentes, somos cruéis quando alguém necessita de nós e não ajudamos,
traidores quando negamos a Cristo com ações, palavras e mais comumente com
omissões, obstinados quando somos teimosos para com a vontade de Deus,
orgulhosos quando tomamos a glória que é devida a Deus ou não nos humilhamos,
mais amigos dos deleites do que amigos de Deus quando não negamos nossas
vontades para cumprir a vontade Dele... Enfim, com aparência de piedade, mas
negando a eficácia dela.
A cada ato desses acima que fazemos, negamos a piedade da
qual falamos.
Por isso a necessidade de andarmos sempre, todos os dias,
desde o nosso levantar até o nosso deitar, na presença de Deus, buscando ao
Senhor a todo o momento, falando com o Senhor em todo o instante, pedindo graça
e misericórdia a cada segundo de nossas vidas, para que a cada passo o Senhor
nos purifique nos lave de toda a iniquidade que há em nós.
Que Deus nos ajude a mortificar a nossa carne para que em
nós só se ache a vida de Cristo e a única festa que exista em nós seja a festa
da alegria da presença do Espírito Santo de Deus e que seja não só de 180 dias,
mas de eternidade em eternidade, desfrutando de todas as riquezas insondáveis
de Cristo.
Que a graça a misericórdia e a paz de nosso Senhor Jesus
Cristo esteja com todos nós. Amém.
